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Professor de Língua Portuguesa na Rede Estadual de Ensino - Governo do Paraná

domingo, 28 de outubro de 2012

Imagina na Copa


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ESTRUTURA

Imagina na Copa

Bordão pegou entre os brasileiros para ironizar os problemas do país, mas análise mostra que, apesar de não serem totalmente resolvidos, 2014 não será tão ruim assim.
O cidadão fica preso no trânsito e começa a praguejar. Outro teme perder o avião por causa da imensa fila no check-in do aeroporto e não consegue segurar o nervosismo. Um terceiro liga para reservar quarto de hotel e se frustra ao ouvir que não há mais vagas. “Imagina na Copa...”, repetem esses e tantos outros brasileiros. A frase virou um dos bordões preferidos diante de qualquer problema que apareça.
Enquanto isso o poder público promete, além de 12 modernos e bonitos estádios, aeroportos remodelados, obras de mobilidade urbana para o trânsito fluir e inúmeros ganhos de infraestrutura. Grande oportunidade para a criação de um legado que impedisse futuramente a proliferação de expressões como essa da moda. No entanto, pouca coisa está pronta, muitos projetos atrasaram e outros ainda nem saíram do papel.
Principal expectativa da população curitibana como herança do Mundial da Fifa – apontou pesquisa publicada pela Gazeta do Povo em julho –, as obras de mobilidade urbana na cidade são um grande exemplo do que o evento poderia propiciar. Mas as 12 do PAC da Copa não estão com o cronograma em dia e a conta vai aumentar. Pode até atingir R$ 1 bilhão. Tanto que especialistas apontam soluções alternativas, como treinamento de agentes de trânsito e uso do transporte coletivo ou táxis, para não travar a cidade quando os turistas chegarem em junho de 2014 – as previsões indicam um giro de mais de 600 mil visitantes entre os dias 16 e 26 de junho, quando serão realizados quatro jogos na Arena da Baixada.
A chegada ou ­partida de milhares deles, via Aeroporto Afonso Pena, corre o risco de acontecer em meio à reforma do terminal de passageiros – mais uma obra atrasada. As autoridades, como se praxe, garantem que o necessário ficará pronto a tempo. No local, o que caminhou foi a ampliação das pistas e do estacionamento.
Um setor com menos preocupações é o hoteleiro – que depende quase exclusivamente da iniciativa privada. O número de leitos atual supre as exigências da Fifa e não haveria sentido em aumentar imensamente o parque hoteleiro. Somente quem chegar em cima da hora e não pensar em outra forma de hospedagem deve ficar sem cama e banho.
Três exemplos de que, a pouco menos de dois anos do evento, já dá para brincar de “imaginar na Copa” e criar uma projeção confiável do cenário em Curitiba – na verdade em qualquer cidade-sede. Prometeu-se muito mais do que virá, mas as coisas não estarão piores do que hoje.

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