BA: pais e alunos fecham escola em protesto por melhores condições
05 de março de 2012 • 16h49
• atualizado às 16h55
As aulas na Escola Municipal Dr. João Duarte Guimarães, em
Feira de Santana, principal cidade do interior baiano, foram paralisadas
durante a manhã desta segunda-feira devido a uma manifestação de pais e
alunos. Eles reclamavam da falta de condições físicas do prédio que
atende cerca de 800 alunos nos três turnos. Entre os pontos apontados
estão a ausência de água potável, falta de manutenção em telhados e rede
elétrica, construção de fossa e de salas para aulas didáticas e de
informática, além de serviço de capinação. "Tenho 48 anos e os problemas
aqui são os mesmos de quando eu estudava. Falta tudo! Nossos filhos
estudam aqui como se fossem animais, sem consideração e respeito",
desabafou a manicure Maria da Purificação Amorim que tem dois filhos no
colégio.
Com cartazes e gritando palavras de ordem como "queremos escola de
qualidade", pais e alunos tomaram a frente do portão de entrada
impedindo que professores e funcionários entrassem no prédio. Eles
cobravam a presença de alguém do município para discutir a situação.
"Perdemos as contas de quantos ofícios e outros documentos já enviamos
para a prefeitura pedindo solução e nada é feito. Só liberamos a escola
com uma saída concreta para os problemas", destacou o eletricista
Raimundo Santos.
O secretário municipal de educação José Raimundo de Azevedo informou
que a escola passou por reformas recentemente e que mesmo assim acionará
o setor de obras da prefeitura para que façam uma análise dos problemas
a serem sanados. "Temos problemas sérios como a falta de fossa, mas só
posso afirmar algo após conversar com o engenheiro responsável, pois só
ele poderá me dizer o que houve. Eu garanto que iremos resolver o
problema o mais rápido possível", enfatizou. Ele destacou que alguns
serviços a própria direção da escola poderia fazer, utilizando recursos
do Programa Dinheiro Diretor na Escola (PDDE), bastando apenas comunicar
antecipadamente a secretaria. Porém, a diretora Nilzete Barbosa nega,
alegando que o recurso é federal e que não abrange estes tipos de
serviços. "Como poderei prestar contas no final do ano ao MEC? Quem tem
que fazer estes serviços é a prefeitura e não nós", afirmou.
Os ânimos ficaram acirrados entre os manifestantes e o secretário,
necessitando da presença da guarda municipal. O secretário deixou o
local vaiado. Um porteiro de nome Ricardo foi agredido com um soco no
olho esquerdo desferido por uma mãe. "Vou prestar queixa contra ela",
disse.
No final da manhã ficou decidido que as aulas voltariam ao normal na
manhã desta terça. "Se não forem feitas as melhorias iremos paralisar de
novo e desta vez só liberaremos a escola após a conclusão das obras",
informou Raimundo Santos.
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