CURITIBA
Os professores e servidores de escolas municipais de Curitiba suspenderam a greve iniciada nesta quarta-feira (14). Em assembleia realizada no Sindicato do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) nesta quinta-feira (15), os manifestantes decidiram esperar o resultado de outras duas mesas de negociação com a prefeitura que serão realizadas nesta sexta-feira (16) e no dia 21 de março. Na quarta, mais de três mil trabalhadores de escolas municipais fizeram uma passeata em Curitiba pedindo reajuste salarial.
A adesão à greve neste segundo dia foi de 36% nas escolas de ensino fundamental da rede municipal. Dos 9,6 mil professores, 3.480 pararam. Já nas instituições de educação infantil, apenas 35 professores não foram trabalhar e quatro dos 183 Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIs) fecharam.
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Os professores querem que o piso salarial de R$1.199,64 pago pela prefeitura a docentes com curso superior em uma jornada de 20 horas seja aumentado para R$ 1.800. A prefeitura anunciou em 29 de fevereiro que vai pagar 10% a mais, aumentando esse valor para R$ 1.319,90, mas os sindicalistas consideram o reajuste insuficiente. A interpretação feita pelo Sismmac é a de que, se o piso nacional sugerido pelo Ministério da Educação (MEC) para um professor com ensino médio para uma jornada de 20 horas é de R$725,50, um professor com curso superior deve receber no mínimo R$ 1.800 para a mesma carga horária de trabalho. Os sindicatos consideram ainda que a quantia divulgada pelo MEC serve apenas de orientação para cidades mais pobres, o que não é o caso de Curitiba.
Além do reajuste de 10%, a prefeitura havia prometido ainda o pagamento aos professores de uma gratificação de pelo menos R$ 275 mensais do Programa de Produtividade e Qualidade (PPQ). Com ela, o salário dos professores para 20 horas de trabalho chegaria a R$ 1594,90.
Na reunião realizada com a prefeitura durante a mobilização de quarta-feira (14), o Sismmac pediu à Secretaria Municipal da Educação que o referente ao PPQ não fosse considerado só uma gratificação nos salários, mas um acréscimo incorporado de forma definitiva no salário dos professores. Os professores pediram ainda que o Instituto Curitiba de Saúde (ICS) não fosse privatizado e melhores condições de trabalho, como a implantação da hora-atividade de 33,33% - como está previsto na Lei Nacional do Piso do Magistério, N.º 11.738 de 2008; hoje esse percentual em Curitiba é de 20% – e a redução do número de alunos em sala de aula.
“Na próxima quarta-feira (21) faremos uma última reunião com a prefeitura sobre o reajuste salarial. Até lá estamos em 'estado de greve'. No próprio dia 21, depois do encontro com a Secretaria Municipal da Educação, levaremos as propostas apresentadas a uma assembleia para chegar a uma decisão final”, explicou Gabriel Conte, um dos diretores do Sismmac.
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