Os sindicatos esperam a adesão à greve dos cerca de 10,5 mil profissionais que trabalham em escolas municipais e de outros 33 mil servidores da prefeitura
A greve dos professores e servidores das escolas municipais de Curitiba começou nesta quarta-feira (14). Uma passeata com cerca de três mil manifestantes, segundo agentes da Secretaria de Trânsito de Curitiba (Setran), teve início um pouco depois das 10 horas na Praça Santos Andrade e segue em direção à prefeitura, no Centro Cívico. Além dos docentes e trabalhadores nas instituições de ensino, participam da manifestação outros servidores municipais. As categorias foram mobilizadas pelo Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) e pelo Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc).
Os sindicatos esperam a adesão à greve dos cerca de 10,5 mil profissionais que trabalham em escolas municipais e de outros 33 mil servidores da prefeitura. A principal reivindicação é o reajuste salarial.
Aulas
Como a adesão à greve nas escolas depende da direção de cada instituição, a Secretaria Municipal da Educação recomenda aos pais que entrem em contato com as instituições antes de levar os filhos para as aulas. “Sabemos que algumas escolas vão aderir completamente à greve e outras não”, explica a secretária Liliane Sabbag. Ela acrescentou ainda que a secretaria está tentando garantir a limpeza e a distribuição de merenda nas escolas enquanto durarem os protestos.
Reivindicações
Os professores querem que o piso salarial de R$1.199,64 pago pela prefeitura a docentes com curso superior em uma jornada de 20 horas seja aumentado para R$ 1.800. A prefeitura anunciou em 29 de fevereiro que vai aumentar esse valor para R$ 1.319,90, mas os sindicalistas consideram o reajuste insuficiente.
A interpretação feita pelo Sismmac é a de que, se o piso nacional sugerido pelo Ministério da Educação (MEC) para um professor com ensino médio para uma jornada de 20 horas é de R$ 725,50, um professor com curso superior deve receber no mínimo R$ 1.800 para a mesma carga horária de trabalho no início de carreira. Os sindicatos consideram ainda que a quantia divulgada pelo MEC serve apenas de orientação para cidades mais pobres, o que não é o caso de Curitiba.
“É claro que a gente não consegue dar um salto R$ 1199,64 para R$ 1.800”, afirmou a secretária municipal da Educação, Liliane Sabbag. Segundo ela, com o reajuste de 10% e o pagamento de uma gratificação de pelo menos R$ 275 mensais do Programa de Produtividade e Qualidade (PPQ), o salário dos professores para 20 horas de trabalho chegará a R$ 1594,90. Os sindicalistas, no entanto, alegam perdas salariais acumuladas e insistem no aumento do piso para R$ 1.800. Segundo o Sismmac, como a Secretaria Municipal da Educação não apresentou novas propostas, a categoria não teve outra alternativa além da greve.
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