Letícia Gonçalves
Ele quer ser idoso, mas nunca velho. E chama a atenção dos jovens
para não envelhecerem ainda na juventude. Mario Sergio Cortella é
filósofo, doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo e professor titular do Departamento de Teologia e Ciências da
Religião e da pós-graduação em Educação.
Em Vitória nesta terça-feira (06) para realizar uma palestra na aula
inaugural do programa do governo estadual "Nossa Bolsa", que oferece
bolsas de estudo para o Ensino Superior, ele conclamou a plateia ao
otimismo. 'Ser otimista é uma disposição que exige coragem', afirmou.
Na sua palestra o senhor falou para um público que acaba de
ingressar no Ensino Superior sobre posturas otimistas que as pessoas
devem adotar em relação à vida profissional e em quaisquer
circunstâncias. Frisou muito que não se deve “resmungar” ou reclamar,
mas como fazer com que as pessoas adotem essa filosofia e seja mais
pró-ativo?
Guimarães Rosa, grande poeta e escritor, dizia que o sapo não pula por boniteza, pula por necessidade. Portanto, o que faz com que alguém seja mais pró-ativo é quando aqueles que estão à volta dele o impulsionem nesta direção, façam com que se movimente.
Isso é o impulso externo, mas existe o impulso interno. A pessoa tem que saber que se ela não for pró-ativa, se ela não tiver disponibilidade para fazer o melhor ao invés do possível e ir buscar o que foi necessário, ela se torna uma pessoa morna, apagada e corre o risco da mediocridade.
Como se pode estimular um comportamento diferente nas pessoas?
A família, a escola e o contexto social é o que leva alguém a não ficar acomodado dizendo 'ó céus, ó vida, ó dor'. Ser otimista é uma disposição que exige coragem. O pessimista tem uma grande vantagem: ele não tem que fazer nada além de reclamar. Ele pode descansar à vontade, mas o otimista tem que ir atrás, tem que fazer. Agora, o acomodado tem a vantagem de não ter tanto esforço, mas tem uma desvantagem por ser uma pessoa pobre de ideias e medíocre de vida.
O senhor também lembrou aos estudantes a importância de uma postura menos individualista.
O jovem precisa ter clareza que o curso superior, apesar de ter um uso individual de forma imediata, essa habilidade que ele vai assimilar tem que servir à comunidade dele, à família, ao bairro, ao Estado. Não pode fazer da formação dele algo que conduza ao egoísmo.
E os jovens estão dispostos a isso. A noção individualista é muito rejeitada por pessoas mais jovens e muito acolhida por pessoas de mais idade. Hoje o pensamento mais ecológico está mais presente entre os jovens.
Essa questão da idade também é relativa. Durante a palestra até apareceu a diferença entre o velho e o idoso...
O idoso é alguém que tem bastante idade, alguém de 65, 75, 80 anos. Já velho você pode ser com qualquer idade, até com 30, 40 ou mesmo com 60 e 70. Velho é aquele que está com a cabeça fechada, que não abre a mente para aquilo que é novo. Ele fica o tempo todo resmungando. Mas tem gente que com 80 anos não envelheceu porque está sempre buscando e se informando. Ele procura acender a vela ao invés de maldizer a escuridão.
Guimarães Rosa, grande poeta e escritor, dizia que o sapo não pula por boniteza, pula por necessidade. Portanto, o que faz com que alguém seja mais pró-ativo é quando aqueles que estão à volta dele o impulsionem nesta direção, façam com que se movimente.
Isso é o impulso externo, mas existe o impulso interno. A pessoa tem que saber que se ela não for pró-ativa, se ela não tiver disponibilidade para fazer o melhor ao invés do possível e ir buscar o que foi necessário, ela se torna uma pessoa morna, apagada e corre o risco da mediocridade.
Como se pode estimular um comportamento diferente nas pessoas?
A família, a escola e o contexto social é o que leva alguém a não ficar acomodado dizendo 'ó céus, ó vida, ó dor'. Ser otimista é uma disposição que exige coragem. O pessimista tem uma grande vantagem: ele não tem que fazer nada além de reclamar. Ele pode descansar à vontade, mas o otimista tem que ir atrás, tem que fazer. Agora, o acomodado tem a vantagem de não ter tanto esforço, mas tem uma desvantagem por ser uma pessoa pobre de ideias e medíocre de vida.
O senhor também lembrou aos estudantes a importância de uma postura menos individualista.
O jovem precisa ter clareza que o curso superior, apesar de ter um uso individual de forma imediata, essa habilidade que ele vai assimilar tem que servir à comunidade dele, à família, ao bairro, ao Estado. Não pode fazer da formação dele algo que conduza ao egoísmo.
E os jovens estão dispostos a isso. A noção individualista é muito rejeitada por pessoas mais jovens e muito acolhida por pessoas de mais idade. Hoje o pensamento mais ecológico está mais presente entre os jovens.
Essa questão da idade também é relativa. Durante a palestra até apareceu a diferença entre o velho e o idoso...
O idoso é alguém que tem bastante idade, alguém de 65, 75, 80 anos. Já velho você pode ser com qualquer idade, até com 30, 40 ou mesmo com 60 e 70. Velho é aquele que está com a cabeça fechada, que não abre a mente para aquilo que é novo. Ele fica o tempo todo resmungando. Mas tem gente que com 80 anos não envelheceu porque está sempre buscando e se informando. Ele procura acender a vela ao invés de maldizer a escuridão.
E quando a pessoa fala que está fazendo o possível?
Muita gente se contenta com o possível e isso é sinal de mediocridade. É preciso fazer o melhor. Não precisa ser o melhor do mundo, mas o seu melhor na condição que você tem. Contentar-se com o possível é ficar constrangido ou limitado ao local em que já se está. A pessoa apenas se repete. Procurar o melhor para si e para os outros é um sinal de não envelhecimento.
E o senhor, é jovem, velho ou idoso?
Eu sou idoso. Velho não quero ser. Posso sê-lo se eu bobear. Jovem já o fui, mas não posso fingir que sou jovem. Posso construir possibilidades de ser um idoso que não deseja envelhecer. Isso é facilitado pela minha atividade. Sou um professor.
Quando comecei a dar aulas na universidade eu tinha 22 anos e meus alunos tinham 18. Eu fiz 30 e eles tinham 18. Eu fiz 50 e eles tinham 18. Eu tenho contato com o que há de mais novo na vida. Envelhecer? Só seu for muito tolo.
Muita gente se contenta com o possível e isso é sinal de mediocridade. É preciso fazer o melhor. Não precisa ser o melhor do mundo, mas o seu melhor na condição que você tem. Contentar-se com o possível é ficar constrangido ou limitado ao local em que já se está. A pessoa apenas se repete. Procurar o melhor para si e para os outros é um sinal de não envelhecimento.
E o senhor, é jovem, velho ou idoso?
Eu sou idoso. Velho não quero ser. Posso sê-lo se eu bobear. Jovem já o fui, mas não posso fingir que sou jovem. Posso construir possibilidades de ser um idoso que não deseja envelhecer. Isso é facilitado pela minha atividade. Sou um professor.
Quando comecei a dar aulas na universidade eu tinha 22 anos e meus alunos tinham 18. Eu fiz 30 e eles tinham 18. Eu fiz 50 e eles tinham 18. Eu tenho contato com o que há de mais novo na vida. Envelhecer? Só seu for muito tolo.
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