Cálcio. Zinco. Ferro. Saiba mais sobre os minerais que se “infiltram” nos alimentos e melhoram a saúde.
Nas gôndolas dos supermercados, embalagens coloridas disputam a atenção dos consumidores. Nessa batalha de sedução, rótulos com os dizeres “enriquecidos com sais minerais” saltam aos olhos de muitos, que acreditam estar diante de produtos tão saudáveis quanto saborosos. É fato, porém, que a maioria das pessoas sabe pouco sobre os reais efeitos de minerais como cálcio, zinco e ferro, adicionados mais frequentemente em alimentos industrializados como bolachas recheadas, cereais matinais, achocolatados e derivados do leite.
O médico homeopata e ortomolecular Renato Pache explica que esses nutrientes possuem a função essencial de equilibrar o corpo. “Nosso organismo é regulado por enzimas que dependem dos minerais para o seu funcionamento. Eles também ajudam o organismo a absorver diversas vitaminas”, diz Pache. O cálcio, por exemplo, é fundamental para a saúde óssea e dos dentes, assim como o zinco é importante para o funcionamento do sistema imunológico. O ferro, por sua vez, é um componente das hemoglobinas e de enzimas do sistema respiratório, e sua falta provoca a anemia.
Foto: sxc.hu
O brócolis é fonte de cálcio
Danusa Yanes, nutricionista do Centro MedicoSugisawa, lembra, no entanto, que todos os minerais necessários ao corpo podem ser adquiridos com uma dieta balanceada, sem o auxílio de produtos industrializados enriquecidos. O ferro, por exemplo, está presente em leguminosas como feijão, lentilha e soja, e em carnes vermelhas magras, frango e peixe. O zinco, em carnes vermelhas magras, frutos do mar e castanha. O cálcio, por outro lado, pode ser consumido no leite e seus derivados, na sardinha, e em vegetais como couve, brócolis, repolho e espinafre.
O médico Renato Pache também defende a ingestão de nutrientes através do consumo de alimentos in natura, porém reconhece que, com a dificuldade de as pessoas prepararem alimentos, o enriquecimento traz benefícios. “O segredo é sempre beber muita água diariamente, para evitar que um eventual excesso de sais minerais desses produtos provoque cálculo renal”, aconselha.
Professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a engenheira de Alimentos Laura Karam garante que, em geral, os nutrientes anunciados nos rótulos não são meros chamarizes fictícios. Afinal, caso não forneçam os minerais anunciados, as empresas podem ser punidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Karam lembra que a própria agência, desde 2004, obriga que farinhas de trigo e milho sejam enriquecidas com ferro e ácido fólico – que atua na formação dos glóbulos vermelhos e na manutenção de células. Danusa Yanes, do Centro Medico Sugisawa, lembra, porém, que o consumo de alimentos industrializados enriquecidos pode criar uma ilusão maléfica: “Não importa se uma mãe dá a seu filho uma bolacha recheada enriquecida. A bolacha continua com açúcar e farinha em excesso e gordura trans”.
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