Balé nacional do país do Leste Europeu, Virsky traz ao Guairão o vigor e virtuosismo de coreografias inspiradas na tradição ucraniana.
Se, pelas fotos, você achou que este é um grupo comum de dança folclórica ucraniana, irá se surpreender com seu virtuosismo. O Virsky, balé nacional da Ucrânia, chega ao Teatro Guaíra nesta sexta-feira para apresentações até domingo, trazendo seus pulos e giros altíssimos no ar, energia, cenário e figurinos coloridos e entusiasmo raros de se ver num palco.
“Os integrantes de grupos folclóricos gostam de assistir para tentar elevar seu nível, e usar mais elementos em sua dança”, contou à Gazeta do Povo o empresário do grupo, Bogdan Tkachyshyn.
60 países
já foram percorridos pelo Virsky em seus 75 anos de existência, em mais de 100 viagens.
8 anos
é o período que as crianças inscritas no balé nacional Virsky passam estudando saltos e giros. Os melhores passam ainda dois anos se aprimorando até entrar para o corpo de baile profissional.
Serviço
Virsky
Teatro Guaíra (Pça. Santos Andrade, s/nº), (41) 3304-7900. Espetáculo do Balé Nacional da Ucrânia. Dias 13 e 14, às 20h30, e 15, às 19h. R$ 140 (plateia), R$ 120 (1º balcão) e R$ 100 (2º balcão) e meia-entrada para todos os valores.
Das 16 coreografias que serão apresentadas, 9 foram criadas pelo fundador Paulo Virsky (morto em 1975), 6 pelo diretor atual, Miroslaw Vantukh, e uma foi tirada da ópera Taras Bulba, com passos de Konstantin Sergeyev.
Muitas têm, é claro, inspiração nas tradições do bailado ucraniano, do qual provém o vigor dos saltos e giros, a alegria que extravasa dos bailarinos e os figurinos e cenários.
O show que o Virsky traz para a turnê brasileira, com 50 bailarinos, tem alto teor nacionalista, celebrando o país. Não por acaso a primeira coreografia é “Ucrânia, Minha Ucrânia!”
Talvez por esse amor à pátria os ucranianos se destaquem tanto entre os grupos de folclore do mundo, mantendo uma tradição bastante viva. Tkachyshyn vê nisso algo como um alívio persistente pela liberdade, conquistada há 20 anos, após opressões que não se resumiram à dominação soviética.
“Muitos povos já nos ocuparam, mas nós queremos viver em paz com os vizinhos e mostrar nossa liberdade”, explica. A nova alegria se contrapõe às antigas canções de lamento. “Nossa história foi muito dura, por isso nossas canções têm letras tristes, porque a vida era assim. Mas às vezes você quer ver a luz no fim do túnel. As pessoas queriam otimismo”, diz.
Além de manifestar patriotismo, o espetáculo faz um apanhado de danças regionais do país. Em “Povzunets”, por exemplo, há uma bem-humorada competição entre solistas masculinos inspirada na tradição cossaca, em que cada um demonstra suas habilidades técnicas com truques infatigáveis.
Outro fator que aparece nas coreografias é o cavalheirismo masculino e o desejo de se mostrar forte para defender a companheira. “Para ser honesto, nossas mulheres são muito bonitas”, gaba-se o empresário. Esse é o tema de “Kozachok”, coreografia que busca ressaltar a boa aparência das moças, que tomam o palco para si rodeadas por elementos que lembram a primavera.
Muito suor
Apesar de existir há 75 anos, apenas em 1992 o grupo criou sua escola para treinar crianças desde cedo. Nessa fase, elas repetem centenas de vezes os saltos elaborados e passos muito próximos ao solo característicos da dança ucraniana. Passam oito anos estudando, para depois enfrentar uma audição e tentar uma vaga no grupo profissional, ainda em fase de aprendizado. Após dois anos aprimorando a técnica, os melhores entram para o elenco fixo.
Na equipe atual, o mais novo tem 18 anos – o mais velho, ninguém revela quem é.
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