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domingo, 20 de maio de 2012

Fiéis celebram dez anos de canonização de santa Paulina


Cerca de 12 mil pessoas participaram neste domingo (20) das comemorações em Nova Trento.

Cerca de 12 mil pessoas participaram neste domingo (20) das comemorações pelos dez anos de canonização de santa Paulina, em Nova Trento (85 km de Florianópolis). Devotos de todo país lotaram o santuário nas quatro missas realizadas. Segundo a organização do santuário, cada missa teve a presença de cerca de 3.000 pessoas.
A procissão que estava programada para passar pelos principais locais onde a santa viveu e atuou teve que ser reduzida por causa da forte chuva que atingiu a cidade.
Mas o tempo não desanimou centenas de peregrinos. Do município de Brusque saíram 300 pessoas por volta das 5h da manhã. Andaram 28 quilômetros até chegar ao santuário. "Com frio, com chuva, não importa. A vontade de vir e a fé são bem maiores", afirmou a balconista Arlete Pezzini. Essa é a décima vez que ela participa da peregrinação, realizada há 16 anos.
Além de catarinenses, a maior parte dos devotos é do Paraná e de São Paulo, segundo pesquisa da Santur (Santa Catarina Turismo), entidade do governo do Estado de Santa Catarina.
As aposentadas Lilia Oliveira de Jesus e Ligia Machado vieram de Jacupiranga, no Vale do Ribeira em São Paulo, em uma excursão com mais 43 mulheres. "Sempre acompanho as missas pela televisão. Desta vez, quis conhecer esse lugar tão especial", contou Ligia.
A pesquisa também indica que a maioria dos turistas é de classe média e visita a cidade com a família. A empregada doméstica Roseli Soares se emocionou quando a mãe dela, Regina dos Santos, terminou de subir a escadaria que leva ao santuário. A aposentada tem osteoporose e subiu os 113 degraus com muita dificuldade. "É uma penitência. Viemos até aqui pedir para a santa Paulina curar minha mãe", afirmou Roseli.
As demonstrações de fé emocionaram moradores da cidade, entre eles familiares de santa Paulina. O único sobrinho vivo, Alexandre Wisentainer, 95, levou filhos e netos ao santuário. Ele diz que se lembra de vários momentos com a tia. "Ela ajudou muita gente. É um orgulho enorme", diz Wisentainer.
O orgulho também é compartilhado por moradores de Nova Trento, como a universitária Aline Batistti que todo fim de semana trabalha com a mãe em uma banca de produtos coloniais bem em frente ao santuário. "É muito bom ver a cidade assim, cheia."
Comércio e fé

A Prefeitura de Nova Trento não tem pesquisas que indiquem quanto os turistas movimentam na cidade, mas informou que o setor cresce a cada ano.
O movimento de fiéis atraiu Valdir Gums. No dia da canonização, há dez anos, ele começou a vender lembrancinhas de santa Paulina e não parou mais. Todo fim de semana, ele, a mulher e o filho viajam 60 quilômetros de Balneário Camboriú para Nova Trento. "Os turistas gostam mais das camisetas e das imagens da santa", diz Gums. O comércio é responsável por 70% da renda da família.
Muitos clientes ficam até confusos com tanta opção de lembranças. A autônoma Inês da Silva, de Curitiba (PR), optou por chaveiros em formato de coração e com o rosto de santa Paulina. "Estou levando 12, para os filhos e amigos lembrarem sempre dela."
História
Santa Paulina nasceu em 1865 na Itália. Aos nove anos, migrou com a família para o Brasil. Passaram a viver em Nova Trento, onde iniciou a vida religiosa. O nome de batismo, Amábile Lúcia Visintainer, foi trocado pelo de irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
Em 1890, a madre foi uma das fundadoras da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que está presente em dez países, principalmente da América Latina e África.
"Santa Paulina dedicou a vida a cuidar de doentes e crianças e deu belos exemplos de humildade", conta a diretora do santuário, irmã Maria Adelina da Cunha.
Aos 38 anos, madre Paulina se mudou para São Paulo, onde passou a cuidar principalmente de filhos de ex-escravos. Foi também em São Paulo que ela passou por graves problemas de saúde. Era diabética e teve um braço amputado pela doença. Morreu aos 77 anos.
Mais de duas décadas depois de sua morte ocorreu o primeiro milagre atribuído a madre Paulina: a melhora de Eluíza Rosa de Souza, de Imbituba (SC), que em 1966 sofreu uma hemorragia em decorrência da morte intrauterina do feto.

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