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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Coleta seletiva reage na capital


Antônio Costa/ Gazeta do Povo / Os 13 parques de reciclagem são responsáveis pelo aumento no volume de material coletadoOs 13 parques de reciclagem são responsáveis pelo aumento no volume de material coletado
LIXO QUE NÃO É LIXO

Coleta seletiva reage na capital

Curitiba recolhe atualmente 2,7 mil toneladas de material reciclável por mês. Há quatro anos, média não passava de 1,5 mil tonelada.
O volume de material reciclável coletado em Curitiba voltou a aumentar após anos de estagnação e atingiu a melhor marca mensal desde 1999, segundo a pesquisa anual da associação Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre). Em 2012, a média de coleta já atingiu 2,7 mil toneladas por mês, ante as 2,3 mil toneladas de 13 anos atrás. A recuperação começou em 2010, quando a pesquisa verificou a coleta de 2,2 mil toneladas mensais. Antes, entre 2002 e 2008, o índice não passou de 1,5 mil tonelada.
A participação das cooperativas de catadores, por meio do programa Ecocidadão, é apontada como a responsável pelo aumento da coleta seletiva na capital. Apro­ximadamente 70% do que é reciclado na cidade hoje é oriundo do trabalho dos catadores.
Abrangência
14% dos municípios do país separam o lixo
Apenas 14% dos municípios bra­­­­si­­leiros, segundo levan­­ta­­men­­to do Cempre, têm programas públicos de coleta seletiva – o que representa 766 cidades. Apesar disso, houve ume evolução de quase 40% em compa­­ração com os 443 municípios registrados em 2010. A maioria das cidades com programas de reciclagem está nas regiões Sul (257) e Sudeste (401).
“A nossa ideia é justamente mapear onde estão as dificuldades de se implantar a coleta seletiva, para que sejam adotadas medidas necessárias”, explica o diretor-executivo do Cempre, André Vilhena. Aprovado em 2010, o Plano Nacional de Resí­­duos Sólidos propõe, além da eliminação dos lixões até 2014, a implantação de coletas seletivas em todo país. (DA)
70%
de tudo o que é reciclado hoje na capital paranaense é oriundo do trabalho de coleta e separação das cooperativas de catadores via programa Ecocidadão.
O Ecocidadão, que funciona desde 2007, propicia aos trabalhadores de reciclagem um es­­paço adequado para manuseio do lixo coletado. Dali, eles ven­­dem os recicláveis diretamente para a empresa processa­­dora, aumentando a margem de lucro. “A nossa renda melhorou. De R$ 300 passei a ganhar perto de R$ 1,5 mil”, diz o catador Saturnino Lemes, 31 anos, que coleta por mês cerca de seis toneladas de material.
Hoje, Curitiba tem 13 par­­ques de reciclagem. Em 2013, um convênio de R$ 26 mi­­lhões entre a prefeitu­­ra do município e o Banco Na­­cio­­nal de Desenvolvimento Eco­­nômico e Social (BNDES) vai financiar a abertura de mais 13 parques.
Segundo o diretor-executivo do Cempre, André Vilhena, Curitiba voltou a ser referência nacional no programa de reciclagem. “A parceria com os catadores aumenta a eficácia do volume de material recolhido”, afirma.
O vice-presidente da Asso­ciação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Urbana (ABLP), João Gianesi Netto, acredita que a parceria com os catadores não pode ser considerada a única solução. “É preciso fornecer condições adequadas aos catadores, como a construção de uma indústria de reciclagem, que possa ampliar a renda desses trabalhadores”, salienta.
Segundo a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias, a cidade está nesse caminho. Em julho deste ano foi inaugurada uma usina de beneficiamento de garrafas pet. “Além disso, temos o projeto de instalar até o ano que vem um centro comercial integrado entre as associações do programa. Assim a venda será direta para as indústrias e a renda dos catadores tende a aumentar”, explica.
Separação de recicláveis em Londrina cai 72% nos últimos 4 anos
Em Londrina, no Norte do estado, a média de coleta seletiva de lixo por mês caiu 72% de 2008 para este ano. A cidade recolhe hoje 1 mil toneladas mensais de material reciclável, contra 3,5 mil toneladas registrados há quatro anos. Os dados são do levantamento do Cempre.
Segundo a coordenadora da coleta seletiva da cidade, Eliene Moraes, a Ecosystem, uma das empresas que fazia a coleta de recicláveis em 55 mil domicílios, não renovou o contrato com a prefeitura no início deste mês.
Mas, de acordo com ela, esse não é o motivo para a queda do volume recolhido. “Não há uma explicação para isso”, diz. O diretor-executivo do Cempre, André Vilhena, diz que a cidade sofreu com problemas na gestão do lixo neste ano. “Houve algumas falhas de gestão, que estão sendo corrigidas”, afirma.
Compactador
Iniciado em 2 de abril, o contrato emergencial com a Ecosystem não foi renovado porque a empresa utilizava um caminhão compactador para coletar os recicláveis, o que geraria perdas e dificultaria o trabalho de triagem da cooperativa que recebe o material.
De acordo com Eliene, outras duas cooperativas realizam a coleta seletiva na cidade. Cada uma é responsável pela coleta em 37% da cidade. Juntas, abrigam cerca de 280 catadores de lixo reciclável.

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