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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Novos espaços vão abrigar objetos da Rede Ferroviária


 Jonathan Campos/ Gazeta do Povo /
PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Novos espaços vão abrigar objetos da Rede Ferroviária

Bens de valor histórico para o país, como fotos, documentos, sinos e bilheterias da extinta RFFSA serão expostos na capital. Já o museu será ampliado.
Locomotivas passam por restauração
A Regional Paraná da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF) começou a restaurar as locomotivas (foto) e os autos de linha (veículo de pequeno porte utilizado para conservação da via) que fizeram parte do patrimônio da extinta RFFSA e estão estacionados na Rodoferroviária de Curitiba. São locomotivas de 1902, 1908 e 1938 que hoje estão inutilizadas mas, segundo o Iphan, poderiam virar uma opção de passeio turístico. Entre as raridades, a ABPF é responsável pela única automotriz do mundo, fabricada na Alemanha em 1938. Há ainda uma Kombi transformada em ambulância e com rodas adaptadas para trilhos.
30 mil
bens móveis da antiga Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) estão no Paraná. Pior do que estar armazenado e, por isso, longe dos olhos da população, é o fato de que o patrimônio da antiga rede, em muitos casos, é guardado há 15 anos (desde a extinção dela, em 1997) sem nenhum cuidado.
Projeto
Rio de Janeiro terá Museu Ferroviário Nacional
Existem diversos museus ferroviários pelo Brasil, mas nenhum deles agrupa em um só espaço tudo o que o país teve historicamente de material ferroviário. Por esse motivo, o Ministério dos Transportes pretende criar o Museu Ferroviário Nacional, que funcionará no Rio de Janeiro, no bairro São Cristóvão, na antiga estação Barão de Mauá. Ainda não há previsão para a abertura do espaço – a Gazeta do Povo solicitou informações ao Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e ao próprio Ministério dos Transportes, mas nenhum deles respondeu aos questionamentos até o fechamento desta edição.
O Laboratório de Transporte e Logística (LabTrans) da Universidade Federal de Santa Catarina é o responsável pela parte arquitetônica, de museologia e museografia do novo espaço. O projeto é coordenado por Rodolfo Philippi e pela engenheira Thaís Ventura. Segundo Philippi, o trabalho do LabTrans está na fase final, mas a abertura do museu ao público depende do Ministério dos Transportes.
“Também desenvolvemos um site, ainda em teste, onde o turista poderá visitar virtualmente todo o novo museu”, explica. O novo espaço deve ter referências de todas as estações ferroviárias do Brasil, com maquinários, vestimentas, louças e oficinas que funcionaram em cada estado e cidade. O prédio tem cinco andares e contará com amplo espaço para abrigar grande parte do acervo da extinta RFFSA que ainda está encaixotado. (PM)
Amanhã
Leia nesta quinta-feira reportagem sobre a iniciativa que pretende retirar locomotivas e vagões sucateados dos pátios das concessionárias de transporte ferroviário no Brasil.
Curitiba deve receber pelos menos dois novos locais para expor objetos da antiga Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA) e contará com a ampliação do atual Museu Ferroviário, localizado dentro do Shopping Estação. Essas três ações, em conjunto, são a esperança de que parte dos cerca de 30 mil bens móveis da RFFSA que estão no Paraná tenha um destino melhor do que o papel-bolha e uma caixa lacrada com fita. Pior do que estar armazenado e, por isso, longe dos olhos da população, é o fato de que o patrimônio da antiga rede, em muitos casos, é guardado há 15 anos (desde a extinção dela, em 1997) sem nenhum cuidado.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Paraná começou o levantamento do inventário em 2007, quando recebeu da Secretaria do Patrimônio da União o dever de cuidar deste acervo. Em 2010, finalizou o registro de todos os bens móveis (como cadeiras, sinos, fotografias e bilheterias) e ainda hoje está trabalhando no restauro e na conservação desse material. O problema é que o Iphan ainda não tem lugares adequados para expor todos os objetos de maneira a preservá-los.
Uma primeira iniciativa do instituto já dará conta de exibir parte desse acervo. O Edifício Teixeira Soares (na Rua João Negrão), cedido para abrigar um câmpus da Universidade Federal do Paraná, deve ficar pronto no próximo ano e, no seu saguão, haverá uma exposição permanente com objetos da antiga rede: é para lá que irão parte das 16 mil fotografias da RFFSA, algumas que mostram a construção da linha Paranaguá-Curitiba (de 1880 em diante), verdadeiras raridades.
Shopping
Outra novidade é que o Museu Ferroviário de Curitiba será ampliado e reformado. Segundo o Iphan, havia algumas incorreções no contrato do instituto com o Shopping Estação, firmado com a administração anterior do centro de compras. “A área destinada ao museu era menor do que a acordada. Ele receberá uma biblioteca maior e duas salas a mais”, explica o superintendente do Iphan no Paraná, José La Pastina Filho. Ainda não há uma data para a ampliação, porque ela depende de contrato a ser assinado entre a BRMalls (atual administradora do Estação) e o Iphan.
A curadora do museu, Fernanda Nunes de Souza, afirma que o espaço hoje não é configurado como pessoa jurídica e não apresenta um estatuto, o que dificulta o envio de projetos ao governo federal solicitando recursos. “O estatuto está sendo feito e analisado pelo nosso setor jurídico. Depois de aprovado, conseguiremos caminhar com os nossos projetos”, diz.
Outros espaços que poderão receber parte do acervo da RFFSA são os edifícios da ferroviária hoje ocupados por órgãos da prefeitura, como a Urbs e a Setran. “Queremos que esses objetos permaneçam no Paraná, mas não temos onde colocá-los e ali seria uma boa opção”, diz o gestor governamental do Iphan no Paraná, Paulo de Tarso Barreto de Faria. A prefeitura, por meio da assessoria, afirmou que a mudança ficará a cargo da próxima gestão.

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